Marcou presença pela 6ª vez
Aos 98 anos, ‘dona Paula’ foi à Caminhada pela 6ª vez
Quando o alongamento para a Caminhada da Primavera foi interrompido pela euforia de participantes e equipe organizadora, estava claro que a figura mais popular do evento havia chegado. Andando lentamente, sempre ao lado da família e aplaudida por todos, dona Paula Gomes de Oliveira era anunciada no carro de som e marcava presença na atividade pela sexta vez, no alto de seus 98 anos de idade.
Franzina, de estatura baixa, com as marcas do tempo estampadas no rosto, nas mãos e nos fios de cabelo brancos, a mineira de Grão Mobol, cidadezinha localizada a 570 quilômetros de Belo Horizonte, distribuiu sorrisos, abraços, afagos e respondeu, sem pestanejar, quando questionada sobre tamanha disposição. “É porque sou a mais jovem de todos”.
Sempre de pé, amparada por uma bengala, dona Paula é uma atração à parte na Caminhada da Primavera da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer. Gosta tanto do evento que mesmo recém-recuperada de uns dias que passou “ruinzinha”, como disse a filha, Rita Ribeiro dos Santos, bateu o pé para estar presente. Para a família, é apenas mais uma demonstração de vitalidade.
“Em casa, ela está sempre para lá e para cá. Sempre foi terrível: matava boi, pescava, caçava e ainda arrumava tempo para ser parteira. Por ter trazido tantas pessoas para a vida, hoje é retribuída por Deus”, disse Rita.
Além da filha, dona Paula esteve acompanhada do genro, da neta e da bisneta Thaina dos Santos, de 15 anos. A jovem reconhece que nenhum amigo tem um avô com idade tão avançada e comemora por ser dela esse “privilégio”. “Mais que qualquer coisa, ela ensina todo dia que não importa a idade para se estar vivo”, disse.
Dona Paula é moradora do Parque Rodrigo Barreto. Em Arujá, vive há 30 anos. Em São Paulo, são mais de 40. Carinhosa e com um bom humor cativante, foi homenageada pelo secretário adjunto de Esportes, Fábio André de Sousa.
“É um exemplo para todos nós. Noventa e oito anos não são 98 dias. Está na sexta caminhada e só não veio na primeira porque não foi inscrita. Parabenizá-la é o mínimo que podemos fazer por tornar este evento tão especial e peculiar”, afirmou.
De acordo com a família, além de Arujá, dona Paula esteve em caminhadas de outras cidades como, por exemplo, São Paulo. No que depender dela, ainda há muita estrada para andar.