Autoridades e familiares de Dona Belinha
Inauguração de Museu emociona autoridades e familiares de “Dona Belinha”
Autoridades municipais e familiares de Umbelina Ferreira Barbosa emocionaram-se na cerimônia de inauguração do Museu Municipal localizado na casa em que “Dona Belinha” viveu, na Rua Major Benjamin Franco, 15, no Centro de Arujá. O espaço foi entregue à população na última sexta-feira (20/09), pelo prefeito José Luiz Monteiro.
“Um povo sem memória, é um povo sem história. Sobrou pouco dessa rua, que é uma das mais importantes da cidade”, afirmou a neta de Dona Belinha, Mônica Gregório, que discursou em nome da família e comparou as construções atuais da via com as de décadas passadas. “O Museu é uma homenagem para a minha avó e meu avô (Francisco André Barbosa). Esta casa sempre foi muito receptiva e aqui todos foram sempre recebidos com tudo o que tinha de mais maravilhoso”, concluiu.
Construído em 1928, o imóvel foi reformado para abrigar o Museu Municipal após a cidade ser contemplada pelo Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo (ProAC). O investimento de R$ 250 mil foi custeado pela Rede Besni e a Tower Automotive. As empresas Cozil, Trans Yoshio, BJ Seg e Tintas São Miguel também apoiaram.
Autoridades
Participaram da cerimônia, também, os vereadores Reynaldo Gregório Junior, o Reynaldinho, presidente do Legislativo e Ana Poli – junto com Abel Franco Larini, o Abelzinho, autores do projeto de lei que dá nome ao Museu, além de Edimar do Rosário, Castelo Alemão e Professor Edval, diversos secretários municipais, entre os quais o diretor-geral da Prefeitura e responsável pela Secretaria de Cultura e Turismo, bem como o ex-secretário adjunto da Pasta e padrinho do projeto, Hassin Ali Hammoud, o Hassune, acompanhado da mãe, Suhaila Hammoud.
Em seu discurso, o prefeito José Luiz Monteiro falou da importância da preservação do patrimônio histórico. “Perdemos um pouco do respeito pela cidade quando deixamos de lado o respeito por esta rua, com a perda da característica (arquitetônica) de todas as casas. Aqui, no número 28, era o Grupo Escolar Dr. Washington Pereira Luiz de Souza, onde tive o orgulho de conhecer pessoas que moravam nesta rua. Agora a história de Arujá vai ser preservada, aqui”.
Assim como o prefeito, o presidente da Câmara lembrou do carinho que tem pelo local. “Tive a honra de frequentar essa casa quando criança. Meu pai tinha a farmácia aqui do lado e toda vez que a gente vinha aqui, era recebido muito bem. Obrigado a todos que trabalharam para que este dia fosse possível, estão de parabéns”, disse.
Sonho
Conforme disse o responsável pela Secretaria de Cultura e Turismo, Joncy Silva, além de manter viva uma parte importante da história da cidade, a inauguração do Museu Municipal representa a realização de um sonho. “Um dia sonharam, o tempo foi passando, com muitas pessoas envolvidas, cada uma plantando uma semente, e Arujá, a partir de hoje, tem um local para dar continuidade à sua história. Fico feliz de fazer parte desse sonho”, disse, em agradecimento à equipe da Pasta, aos produtores responsáveis pela obra, Max Mendes e Lion Andreassa, e ao ex-secretário adjunto, Hassune, que iniciou o projeto.
“Sou uma pessoa que gosta de executar e, quando cheguei à Secretaria, um dos desafios era o Museu da cidade. Havia o prédio lacrado, para que ninguém invadisse ou prejudicasse o restauro. Falei com a equipe técnica que tínhamos de resolver e, ao contrário de outras cidades, que fecham os polos e justificam que é por causa da crise, Arujá e o prefeito José Luiz Monteiro, abrem”, afirmou. Hassune também lembrou do contato permanente com a Besni que, por meio de seus diretores, esteve sempre disposta a colaborar.
Presente na inauguração, a diretora-geral da rede de lojas, Rúbia Ferreira Lima, afirmou que os investimentos em projetos culturais e sociais é a continuidade do desejo do fundador João Behisnelian, patrono do salão do Museu. “Ele dizia que gostava muito de dar empregos e sempre teve o hábito de apoiar empresas sérias. Em nome de todos os colaboradores e familiares, agradeço à cidade de Arujá por esta homenagem”, disse.
Serviço
O espaço funciona de terça a sexta, das 9 às 16 horas, sob administração da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.
Belinha foi a primeira telefonista de Arujá
Primeira telefonista de Arujá, Umbelina Ferreira Barbosa, a Dona Belinha, patrona do Museu Municipal, nasceu em 17 de novembro de 1.903, em Jacareí. Em 1.919, mudou-se para a cidade, onde viveria até falecer, em 2.005, aos 101 anos. Da Câmara Municipal, recebeu o título de Cidadã Arujaense em maio de 2.000.
Ao chegar em Arujá, viveu com a irmã Dalila. Casou-se em 1.924 com Francisco André Barbosa, com quem teve oito filhos e formou lar no imóvel em que agora funciona o Museu Municipal.
Em 34, cedeu a sala de casa para a instalação do posto telefônico da Companhia Telefônica Brasileira (CTB). Daí em diante, era a ela que recorriam os arujaenses que desejavam uma ligação para São Paulo ou qualquer outra cidade.
A esta função, dedicou 30 anos de sua vida, a maioria sem receber aluguel pelo espaço cedido ou mesmo ser remunerada pelo importante trabalho desempenhado.
Ficou também conhecida por acolher em sua residência muitas professoras que vinham de outros municípios e por auxiliar esposo no atendimento médico-odontológico de primeiros socorros que prestava na cidade.